A Luta pelo Bairro Maestranza : : Esteban Burgos

A Luta pelo Bairro Maestranza foi realizado entre os anos de 2020 e 2023. Comecei a fazer fotografias quando estava há cerca de dois anos militando no Movimento de Populares Ukamau.

O Bairro Maestranza Ukamau tornou-se um emblema de vitória para os habitantes do Chile e para aqueles que imaginam uma forma diferente de se relacionar com a cidade. Durante 9 anos, centenas de habitantes, principalmente mulheres trabalhando em conjunto no 'Ukamau', lutaram para conquistar o que parecia possível: 424 unidades habitacionais de 62 m², construídas de forma participativa e democrática, com proximidade aos serviços, corredores amplos, áreas verdes, estacionamentos e uma grande praça cívica.

Esse feito marca um marco fundamental nos processos de construção de cidades em nosso país. No bairro, não foram consideradas meras unidades habitacionais isoladas: pensou-se em um conjunto integrado em sua totalidade, que promove a vida em comunidade e o encontro entre vizinhos. Essas características fizeram com que o projeto recebesse o 'Prêmio Aporte Urbano (PAU)' 2021 como 'Melhor projeto de integração social'.

No entanto, houve muitas dificuldades na concretização desse projeto. Lutou-se em todas as instâncias que se interpunham à materialização das necessidades das famílias organizadas no Ukamau: desde a protesto social nas ruas até a disputa e diálogo institucional. Essa ampliação da luta transforma os paradigmas urbanos e questiona as lógicas de construção de moradias que foram realizadas nas últimas décadas no Chile.

A construção do Bairro Maestranza Ukamau significou transformar os limites do possível em busca de um bom viver, tendo como protagonistas as famílias habitantes, que criaram conjuntamente um bairro que respondesse às suas metas e necessidades.

Esta série fotográfica se insere nos três anos posteriores à entrega do Bairro Maestranza.



 Sobre o artista

Esteban Burgos nasceu, cresceu e vive atualmente na cidade de Santiago do Chile. Formado em música, descobriu a fotografia em 2020 por necessidade de militância política, após uma crise na sua relação com a arte durante a pandemia. Desde então, percorreu um intenso caminho de 4 anos, nos quais a fotografia se tornou sua atividade principal. Atuou com fotografia de rua, de artes cênicas, e sobretudo, com fotografia documental, a partir da qual realizou trabalhos com movimentos sociais. Ultimamente passou a registrar também o folclore nacional chileno, principalmente a cueca, trabalho que lhe permitiu estabelecer um contato íntimo entre sua formação professional (como músico) e sua atividade predominante no momento, a fotografia.


@entreburgosyrios